Integrando a comitiva de ministros levada a Santa Maria, no Rio Grande do Sul, pelo presidente da República Lula da Silva, a Ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, foi a única, nos relatos das ações de cada ministério solicitados pelo chefe do executivo federal, a se referir às causas da tragédia que acontece no Rio Grande do Sul. O Estado vem recebendo uma quantidade enorme de chuvas, com os rios e riachos transbordando levando tudo o que aparece na frente, desde grandes pontes, viadutos, pontes
Há mais de 30 pessoas mortas e dezenas de desaparecidas.
Marina ressaltou que está a se viver “eventos climáticos extremos”. E que eles acontecem “em função da ação humana que alterou as grandes regularidades naturais”. Disse ainda que: “O que nós estamos tendo aqui no Rio Grande do Sul é uma alta concentração de umidade em função de um regime de alta pressão causado por mudanças climáticas, na região sudeste. E essa alta concentração de umidade fica aqui no Rio Grande do Sul e a alta pressão impede que essa umidade se dissipa. E aí nós temos grandes precipitações”.
Marina informou que está construindo com o Ministério das Cidades, da Ciência e Tecnologia, Integração e Transportes, e outros, um estudo sobre a gestão do risco climático extremo dialogando com o Ministério Público e Tribunal de Contas. Entende que a proposta levaria a decretar emergência climática de forma permanente em 1038 Municípios. Noticiou que o CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – está ampliando o número de Municípios ameaçados para 1942. Informou que o Governo Federal poderá encarar a tragédia do Rio Grande do Sul usando mecanismos fiscais usados na época da pandemia da COVID — mas não informou quais seriam estas ferramentas.
Marina citou que poderá haver a aplicação de dispositivos existentes no Estatuto das Cidades, a lei que trata dos planos diretores dos Municípios, e da Lei das Licitações, para facilitar o reerguimento da infraestrutura destruída. Considera que não dá para construir uma ponte atrás da outra no mesmo lugar para ela cair novamente em seguida em novo evento.
“Nesse momento, nós temos que ter esperança de que sejamos capazes de juntos, governo federal, municipal, comunidade científica, que está dando e para que possamos fazer política publica com base em evidência porque o mundo mudou e nós temos que mudar as nossas práticas”, concluiu a Ministra na fala ao presidente da República, aos seus colegas de ministério, ao Governador do RS e aos dois prefeitos municipais presentes.
O presidente Lula recomendou aos prefeitos que ao reconstruirem as casas em suas cidades, não permitam que sejam erguidas em áreas inundáveis.
Cobertura jornalística — Os principais meios de comunicação gaúchos estão cobrindo os acontecimentos em cima dos fatos relacionados com a movimentação das águas e da destruição de habitações e a morte de pessoas por afogamento ou deslizamento de terras. No entanto, não há referências às causas do fenômeno.